Via Mundo incentiva e estimula intercâmbio cultural por meio do projeto Bolsa Maria Firmina dos Reis

Publicado em 01/03/2021

Um encontro de saberes regado à criatividade com foco no incentivo ao Turismo e a complementação da renda das famílias de Guimarães, distante 200 km de São Luís! Foi assim a primeira Oficina de Criatividade para confecção de peças, inspiradas nos bordados do Bum-meu-boi que faz parte da cultura da cidade. A atividade, desenvolvida esta semana, é uma parceria entre a Prefeitura de Guimarães, por meio da secretaria de Cultura e Turismo, com o SEBRAE/MA que visa beneficiar artesãos de comunidades quilombolas de Cumum, Caratiua e Damásio.


A oficina integra ações de um projeto estratégico para incentivar o Turismo de Experiência na região. Guimarães concentra um potencial que reúne manifestações culturais, religiosidade, ancestralidade, culinária regional e belezas naturais. No eixo literário, por exemplo, duas ações serão lançadas muito em breve: Circuito Poético Cultural Maria Firmina dos Reis e a Bolsa de Intercâmbio Cultural Maria Firmina dos Reis, em parceria com a agência de Intercêmbio Via Mundo. Ambos têm como objetivo despertar o interesse do turista para visitar a cidade, conhecer sua história, provar da culinária e usufruir das belezas naturais.


Atrativos para visitantes nacionais e estrangeiros


Além do turista nacional, o projeto Bolsa Maria Firmina dos Reis está de olho também no visitante estrangeiro. Haverá intercâmbio cultural que proporcionará a ida de uma estudante quilombola de Guimarães para a cidade de Cordoba, na Argentina. Por outro lado, a cidade fundada por portugueses, receberá um visitante argentino. A ideia é que ambos sejam embaixadores de suas culturas nos países receptivos. A temática da troca de experiência cultural terá como foco a disseminação da vida e obra de Maria Firmina dos Reis, a primeira romancista brasileira e que abordou temática sobre escravidão.


Para o diretor da Via Mundo, Antonio Bacelar, agência propositora do projeto da bolsa e com expertise de desenvolver o Iema no Mundo, que já levou mais de 50 estudantes de escolas públicas para destinos estrangeiros, Guimarães têm belas histórias para se conhecer e desfrutar de todo potencial turístico por meio da cultura, religiosidade, culinária e belezas naturais. “É um turismo para ser vivenciado e experimentado, envolvendo toda a cidade para receber de maneira ainda mais acolhedora o visitante”, afirmou. O diretor da EduQuality, Marcelo Cuestas, da instituição argentina que receberá a estudante vimarense, diz estar muito contente em ser parceiro da Via Mundo neste projeto a convite do diretor, Antônio Bacelar


Lembrancinhas que ficarão guardadas: oficinas de criatividade


De acordo com o Secretário de Cultura e Turismo de Guimarães, Antonio Marcos Gomes, as oficinas serão realizadas em várias etapas no decorrer do ano e o resultado final será conhecido do público por meio de exposições a serem realizadas em Guimarães e em outros lugares. “Por meio da Sala do Empreender, estimulamos e despertamos o lado empreendedor, principalmente, no setor que terá contato direto com esses visitantes”, explicou.


As oficinas de criatividade envolveram artesãs quilombolas, muitas bordadeiras do bumba meu boi de Guimarães, sotaque de zambumba, fundado pelo mestre da cultura popular Marcelino Azevedo, da comunidade quilombola de Damásio. É uma troca de saberes tradicionais entre as mulheres e o facilitador do SEBRAE/MA, Marcelo Medeiros.


Elas têm toda a inspiração e experiência do bordado, adquirida nos 50 anos de existência do bumba meu boi. O consultor orienta sobre a obtenção de melhores resultados do aproveitamento do material, da qualidade das peças produzidas, dialogam sobre a divulgação do produto, além de repassar dicas importantes que podem garantir a geração do complemento da renda familiar, por meio do artesanato, para essas famílias.


Todos os participantes lançam mão do potencial criativo, inclusive algumas peças podem surgir durante o processo de produção. Entre as peças catalogados na oficina estão: porta fone de ouvidos, porta moedas, marcadores de livro, capas de caderno, todas baseadas nos bordados de bumba meu boi. Para o facilitador, Marcelo Meideiros, que já acompanha o grupo de artesãs, a ideia é fazer com que a comercialização dos souvernis não aconteça somente no período junino. “Importante estimular a produção do material ao longo do ano para que o visitante encontre algo de recordação para levar, se lembrar e retornar a Guimarães”, disse.


Para Ivete Menezes, filha de seu Marcelino e bordadeira do bumba meu boi de Guimarães, a oportunidade de aprender a fazer novas peças é importante. “Já bordo há muito tempo, mas sempre para os brincantes do boi, agora terei meus produtos levados como lembrança”, comemorou. Já a brincante do Boi, Belina Rodrigues, acha importante se preparar para receber o visitante, mostrando o que sabemos fazer, nos ajudando e ajudando a cidade ser reconhecida lá fora”, afirmou